Fabricantes de brindes retomam crescimento
Fabricantes de brindes retomam crescimento
Fabricantes de brindes retomam crescimento | O setor de brindes, que vem sendo castigado há pelo menos três anos, agora começa a enxergar uma ‘luz no fim do túnel’. Por fabricar itens supérfluos, geralmente distribuídos por grandes empresas a seus clientes e parceiros com o intuito de fidelizá-los, o segmento perdeu pedidos e viu seu faturamento encolher 50%, o que desencadeou em demissões. Com os primeiros sinais da retomada da economia, empresas da região se atualizam e reinventam e, como resultado, notam expansão de até 30% nas encomendas neste fim de ano.
É o caso da Sol Brindes, de São Bernardo, que, entre outros produtos, confecciona mousepads ergonômicos, pastas com zip zap, chaveiros em gel, blocos com canetas ecológicas e kits churrasco. “Após um ano muito ruim para o setor, começamos a notar crescimento na demanda em um período historicamente atípico, que é no fim do ano, quando as encomendas normalmente já foram feitas. Temos muitos pedidos para entregar em janeiro”, explica o gerente Oscar Lopes.
A Sol Brindes fabrica boa parte de seu portfólio, que tem como clientes revendedores, e não as empresas, o que faz com que não haja muita fidelidade. Mesmo assim, Lopes diz estar confiante, já que entende que o fato de haver demanda por supérfluos é sinal de melhora da economia.
ALTERNATIVA – De olho nesse nicho e em novas oportunidades de negócio depois que perdeu seu emprego, Gabrielle Monice Garcia decidiu investir R$ 8.000 oriundos da rescisão contratual em equipamentos para abrir empresa de brindes em sua própria casa, em Santo André. “Sabia que o mercado estava difícil, ainda mais para uma mulher grávida (hoje, sua filha Fernanda tem 2 meses). Então pensei neste ramo como alternativa para não ficar parada. Meu marido continuou com trabalho fixo, mas ele me ajuda nas horas vagas e faz as entregas”, conta ela.
Assim nasceu a Bittenca Presentes Personalizados que, desde abril, estampa produtos diversos, como canetas, chinelos, camisetas e porta-copos. O negócio, que conta com uma designer responsável pela criação artística do produto, conforme a demanda do cliente, usou como principal ferramenta de divulgação as redes sociais e o ””boca a boca””.
“A cada data comemorativa, como Dia das Mães, Dia dos Namorados e Dia dos Pais, notamos expressivos aumentos em relação aos meses normais, pois as vendas duplicaram. Mas o Natal está superando todas elas, pois a demanda triplicou”, comemora Gabrielle. “A resposta do mercado nos surpreendeu e hoje já temos clientes fixos, que nos procuram em várias ocasiões. As empresas querem algo para deixar sua marca.”
REDIRECIONAMENTO – A Espaço Fechado, que fabrica relógios personalizados e óculos de sol, também em Santo André, em 2016 encolheu sua equipe em 40% e, agora, registra resultado 12% menor do que em 2017 – no ano passado, havia obtido aumento no faturamento por conta da Olimpíada. “O fato de a política nacional estar ruim há algum tempo fez com que o mercado recuasse em todos os sentidos”, explica a gerente Ana Carolina de Oliveira.
Diante do cenário, a firma decidiu redirecionar seus produtos e apostar em opções de menor custo para atender a outro tipo de demanda. “Até então, nosso segmento corporativo atendia os clientes com relógios, que eram brindes mais sofisticados. Diante da crise, desenvolvemos o paper watch, produto diferenciado e de custo mais atrativo (a exemplo dos de silicone e couro ecológico). É preciso inovar sempre para se manter no mercado”, sentencia.
Visando conquistar mais clientes, Ana Carolina conta que lançou projeto free watch, por meio do qual a Espaço Fechado fornece os brindes e o cliente paga apenas no fim da campanha. O resultado foi o crescimento no número de clientes. “Isso é bom porque gera novas oportunidades.”